Em sua 7ª versão, a série de corrida mais divertida e popular de todos os tempos está de volta. Sim, meus amigos, estou falando de Mario Kart. Em 2012, as disputas automobilísticas dos habitantes do Reino do Cogumelo completam 20 anos de um indiscutível sucesso absoluto. Os números não me deixam mentir: quase 80 milhões de cópias comercializadas. Mario Kart 7 vendeu 420 mil cópias somente na semana do lançamento no Japão. Qual será o segredo de tanto sucesso? Mario Kart 7 é o primeiro título da franquia que leva um número no lugar do nome. Muita gente torceu o nariz para a “falta de criatividade” da Nintendo. Mas a verdade é que o sete é um número especial que traz sorte para muita gente.
Naquelas máquinas de cassino, o sete geralmente é usado para marcar os bônus. O nosso mundo tem sete maravilhas. Existem sete pecados capitais. O arco-íris tem sete cores diferentes. Porém, o sete que mais tem a ver com Mario Kart 7 são os dias da semana. De domingo a domingo: você não vai largar o seu 3DS nenhum dia. Prepare o seu carregador, aproveite as férias e pise fundo com o seu kart.
Cenários variados
Mario Kart 7 tem 32 circuitos no total: 16 inteiramente novos e 16 clássicos de games anteriores. Prepare-se para enfrentar pistas de asfalto, terra batida, areia, pedras, madeira, gelo e até água. Tudo isso em cenários diversificados, que vão desde autódromos, florestas de Donkey Kong Country Returns, a ilha de Wuhu, e chegando até os tradicionais Castelo de Bowser e Rainbow Road. Aliás, a Rainbow Road de Mario Kart 7 merece destaque pelo belíssimo visual. É uma das pistas mais bonitas, criativas e gigantes já feitas pela Nintendo.
Os circuitos clássicos remetem aos momentos memoráveis dos games antigos. Que nostalgia poder correr novamente na paradisíaca Koopa Troopa Beach (N64). Como é divertido deixar seus adversários presos esperando o trem passar enquanto você corre feliz em direção à linha de chegada em Kalimari Desert (N64). E a Rainbow Road (SNES)? Quem nunca caiu no precipício tentando fazer uma curva mais fechada?
As pistas novas de MK7 têm altos e baixos. Há circuitos bem divertidos e disputados, como o Mario Circuit e o Music Park. Outros são criativos, mas não empolgam, como o Shy Guy Bazaar e o Wuhu Loop. E existem algumas pistas que não agradam e são bem chatinhas mesmo, como o Wario Shipyard e o Bowser's Castle.
No céu, no mar, na terra
A principal novidade é a possibilidade de “correr” pelos céus e por dentro d’água. Menos trabalho para o Lakitu do casco verde, que só precisa nos socorrer quando caímos em penhascos ou poços de lava. Quando mergulha na água, o kart ganha uma hélice traseira para impulsioná-lo. Ao saltar de locais elevados, um planador se abre para que você possa pousar com suavidade.
As moedas retornaram com tudo em MK 7. Desde Mario Kart: Super Circuit que elas não davam as caras num game de corrida do bigodudo. Quanto mais moedas você coletar, mais rápido você vai andar. Isso significa que nem sempre o caminho “mais curto” é o mais vantajoso. Uma rota com mais moedas pode fazer com que o jogador acumule mais velocidade e passe os outros adversários. Elas servem também para desbloquear peças para o seu kart. Isso será explicado mais a frente.
O visual do jogo é bonito e colorido, típicos da Nintendo. Apesar disso, Mario Kart 7 não usa nem metade do potencial do 3DS. Dá para ver que a Nintendo se preocupou com detalhes, mas a qualidade gráfica está bem abaixo do esperado. Serrilhados são visíveis e objetos arredondados possuem aquelas arestas quadriculadas típicas de consoles mais antigos.
Vettel, Button,
Alonso? Que nada!
A parte sonora do game é a mesma de sempre. Efeitos sonoros conhecidos, músicas que traduzem bem o “clima” das pistas e comemorações dos personagens a cada ultrapassagem. Jogadores novos vão adorar os sons característicos e os antigos vão reconhecer os principais.
Pimp My kart
MK7 trouxe uma novidade interessante: a personalização dos karts. Cada jogador pode escolher o chassi, as rodas e o tipo de planador. No início são poucas opções, mas, com o progresso no game, as opções são quase infinitas. São 17 chassis, 10 rodas e 7 planadores. Pena que todos os modelos são os mesmos para os corredores. Não custava nada fazer pelo menos um kart específico para cada personagem, não é?
As motos, famosas em Mario Kart Wii, não dão as caras por aqui. Acho difícil alguém sentir falta delas com tamanha variedade de karts disponíveis.
Para liberar as partes, os jogadores precisam coletar as moedas encontradas nos circuitos. Cada parte tem influência no veículo durante as corridas. Uns modelos têm boa aceleração, mas atingem uma velocidade final baixa. Combinados com o peso dos personagens, essas escolhas podem ser a diferença entre você ser o primeiro ou o último na corrida.
A promessa da Nintendo era uma mudança na jogabilidade em ambientes diferentes. Isso realmente acontece, apesar de não influenciar diretamente no modo de jogo. O kart fica um pouco mais lento quando imerso na água, mas não perde tanta velocidade quanto deveria. No ar, tudo se resume a mover de um lado para o outro ou inclinar o planador para aumentar ou diminuir a distância do voo.
Os tricks e drifts continuam presentes e são responsáveis por diferenciar jogadores ocasionais dos viciados de plantão. Quem pega o jeito de usá-los, só perde se tiver o azar de ser bombardeado por cascos azuis.
É possível jogar com a visão em primeira pessoa e é aqui que o efeito 3D faz a diferença. No modo tradicional, tanto faz jogar com ele ligado, já que não há muita diferença. Em primeira pessoa, tudo muda. Os cascos vindo em sua direção, a distância do carro da frente e a areia saindo dos pneus, tudo isso é observado graças à percepção em três dimensões. Eu não gosto de pilotar nessa visão, mas passei um bom tempo usando-a só para ver esses detalhes.
7 da sorte
Há três poderes novos em Mario Kart 7: a Fire Flower, a Super Leaf e o Lucky Seven.
Fire Flower – O Power-up mais famoso do Mario finalmente faz sua estreia em Mario Kart. A Fire Flower permite ao jogador atirar bolas de fogo que fazem o oponente rodar e perder moedas. Há um número limitado que pode ser atirado.
Super Leaf - Inspirada na Tanooki Suit, faz com que o kart adquira uma cauda que pode ser usada para tirar os inimigos da frente ou se defender de cascos e bananas. Tem uma duração de aproximadamente 7 segundos.
Lucky Seven - Dá ao corredor 7 itens diferentes para serem usados. Eles ficam girando ao redor do kart e são atirados de acordo com a vontade do jogador. Caso um oponente encoste em você, ele poderá roubar algum dos itens (como a estrela, por exemplo) ou sofrer o impacto de um casco verde ou uma banana. Com tanto poder assim, nem preciso falar que somente os últimos colocados têm acesso ao Lucky Seven.
Aqui está o principal ponto negativo de Mario Kart. A Fire Flower e a Super Leaf têm um forte apelo junto aos fãs, mas a utilidade prática é bem reduzida. Se você for o primeiro colocado ou não tiver nenhum inimigo próximo, dificilmente utilizará algum dos dois. A Super Leaf, devido à limitação de tempo, se torna um item dispensável. Faltaram Power-ups novos e inovadores, como o raio em Mario Kart 64 ou a nuvem em Mario Kart Wii.
Longevidade infinita
Mario Kart já virou sinônimo de multiplayer. Quem nunca reuniu os amigos na frente da TV para partidas divertidas no Wii? Ou quem nunca chamou de cheater aquele japonês viciado que ganha todas as partidas online? Nos encontros Street Pass de Brasília, Mario Kart DS sempre é o game que domina as jogatinas.
Mario Kart 7 chega para nos “roubar” muitas e muitas horas de jogo com amigos e desconhecidos via internet. O game tem o melhor multiplayer do 3DS e talvez um dos melhores já feitos pela Nintendo. Há um canal específico para interação dos jogadores que permite comparação de recordes. Tudo é atualizado automaticamente via internet.
O mesmo acontece via StreetPass. Ao cruzar na rua com alguém que também possua o jogo, as informações das corridas são trocadas. Infelizmente é só isso. Nada de partes do kart, fases novas ou conteúdos interessantes para ser desbloqueado no encontro com outros donos do portátil. Está faltando criatividade ao pessoal da Nintendo para utilizar melhor esta excelente função do 3DS.
O game tem suporte para até oito jogadores simultâneos tanto no Multiplayer Local ou Online. Tudo roda lisinho, sem lentidões, mesmo com o efeito 3D ativado. Dentre as várias partidas online que eu joguei, em apenas uma houve queda de conexão, o que mostra uma boa infraestrutura dos servidores.
Ainda falando sobre o multiplayer online, a novidade é o Communities. Esse recurso é utilizado para criar grupos específicos de jogadores. Você pode reunir todos os seus amigos na disputa para ver quem é o melhor corredor.
No topo do pódio
Mario Kart 7 reúne características de sucesso de outros games da série. A fórmula continua a mesma: ligue o 3DS e jogue. É tudo tão simples que qualquer um pega o jeito logo na primeira volta.
Porém, MK7 tem defeitos que não podem ser ignorados. O game é marcado pela falta de ousadia. A Nintendo foi bem conservadora ao preservar a fórmula de Mario Kart DS, adicionando um ou outro detalhe. A impressão que fica é que os produtores apostaram no simples, em vez de inovar ou até revolucionar a franquia. Essa falta de inspiração reflete em todas as áreas do game: os modos de jogo, as pistas, os personagens novos, a jogabilidade, o multiplayer e o Street Pass.
É inegável que Mario Kart 7 é o jogo multiplayer que faltava no 3DS. Temos bons títulos para o portátil, mas todos focam no single player. MK7 tem tudo para deslanchar as já ótimas vendas do portátil. Nintendistas têm a obrigação de adicionar este título a sua coleção. Vale cada centavo investido e você com certeza não vai se arrepender. Já garantiu o seu? Entre na comunidade do Nintendo Blast e prove que você é bom. Aceito desafios!
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